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  • Foto do escritorDaniel Duncan

MELHORES FILMES DE COMÉDIA DE 2021

A temporada de premiações está prestes a começar e, para que você não fique perdido, confira a seguir uma lista com os melhores filmes de comédia de 2021.



ZOLA

de Janicza Bravo

Em 2015, uma mulher chamada A'Ziah King postou na sua conta no Twitter uma série de 148 tweets contando um fim de semana insano que ela passou na Flórida com uma amiga que tinha acabado de conhecer. A nova produção da A24 resolveu contar essa aventura em Zola. Escrita e dirigida por Janicza Bravo, a história se concentra em Zola (Taylour Paige) que conhece Stefani (Riley Keough) em um restaurante onde Zola trabalha como garçonete. Apenas um dia depois de trocarem números, Stefani convida Zola em uma viagem cross-country, onde o objetivo é ganhar o máximo de dinheiro possível dançando nos clubes de strip da Flórida. A partir daí, a viagem se torna uma odisseia de 48 horas sem dormir envolvendo um amigo nefasto, um cafetão e um namorado idiota. Uma comédia de erros que reflete as modernas relações instantâneas e suas consequências nos vínculos afetivos.



RED ROCKET

de Sean Baker

Também produzido pela A24, Red Rocket é o mais novo trabalho do diretor Sean Baker (The Florida Project, Tangerine), que continua preocupado em retratar as ​​desigualdades profundas e as oportunidades restritas em parte significativa dos Estados Unidos. O filme segue a estrela pornô Mikey Saber (Simon Rex), que precisa fugir da cidade de Los Angeles. Ele decide ir para sua cidade natal no Texas e consegue se abrigar na casa da ex-esposa e ex-sogra. Quando as coisas pareciam melhorar, ele conhece Strawberry, uma jovem vendedora de uma loja de donuts que faz com que Mikey retorne aos seus antigos hábitos. Para além de um brilhante estudo de personagem em torno do narcisismo e da arrogância masculina, o filme também funciona como um estudo social, encenando a trama nos meses que antecederam a eleição de Donald Trump.



THE WORST PERSON IN THE WORLD

de Joachim Trier

A comédia romântica norueguesa dirigida por Joachim Trier é uma das principais apostas para a categoria de melhor filme estrangeiro no Oscar de 2022 e apresenta uma conturbada história de amor que completa a “Trilogia de Oslo”, depois de Reprise e Oslo, 31 de Agosto. Descrita como "uma comédia romântica às avessas", a história se divide entre doze atos, um epílogo e um prólogo, e segue quatro anos da vida de Julie (Renate Reinsve), uma jovem que navega nas águas turbulentas de sua vida amorosa e luta para encontrar seu caminho de carreira, levando-a a ter uma visão realista de quem ela realmente é. Um filme sobre como algumas lições só podem ser apreendidas da maneira mais difícil, que por um momento nos causa essa sensação de ser A Pior Pessoa do Mundo.



SHIVA BABY

de Emma Seligman

Estreia da diretora Emma Seligman, Shiva Baby segue Danielle (Rachel Sennott), uma jovem bissexual ainda indecisa sobre sua carreira profissional. Ela se sente pressionada pelos pais a tomar um rumo na vida e acaba encontrando maneiras alternativas de ganhar dinheiro. Quando vai a um funeral junto de sua família, ela passa por vários momentos constrangedores. Os problemas dão início quando, no mesmo local, aparecem sua ex-namorada e seu sugar daddy, deixando a jovem sem saber o que fazer. Composto por um ótimo elenco, o filme combina humor judaico e claustrofobia no contexto familiar para criar uma trama onde os impasses nunca acabam, fazendo assim jus ao ditado de que "é preciso uma aldeia inteira para criar um bebê shiva".



LIMBO

de Ben Sharrock

O novo trabalho do diretor britânico Ben Sharrock (Pikadero) é um olhar bem humorado sobre como é ser e estar em um país desconhecido sendo refugiado. Em Limbo, Osmar (Amir EL Masry) é um jovem sírio que se vê obrigado a fugir de sua pátria por conta dos conflitos sociais e políticos. Juntamente com outros refugiados, ele finca morada em uma remota gélida ilha ao sul da Escócia, enquanto espera pela resposta sobre seu pedido de asilo. Ele está sobrecarregado com o peso da vida e de seu oud, instrumento que carrega desde sua terra natal, mas que já se esqueceu de como tocá-lo. Partido da pergunta "o que é estar no limbo?", o filme entrega uma bonita metáfora sobre negligência e exclusão a partir da ótica de pessoas que sofrem em busca de sua identidade perdida.



NINJABABY

de Yngvild Sve Flikke

O segundo longa da diretora norueguesa Yngvild Sve Flikke acompanha a ilustradora Rakel (Kristine Thorp) num momento particularmente estressante de sua vida: a descoberta de uma gravidez indesejada aos 6 meses de gestação. Com o aborto fora de questão, ela precisa dar um jeito de passar o bebê pra frente, envolvendo a melhor amiga Ingrid (Tora Christine Dietrichson), seu novo flerte Mos (Nader Khademi) e o pai da criança, de quem ela conhece apenas pela alcunha de "Dick Jesus" (Arthur Berning). Como se a situação não fosse desconcertante por si só, o personagem-título (Herman Tømmeraas) – um desenho animado inspirado no bebê indesejado – surge, aparecendo para ela em todos os lugares e tornando sua vida um inferno. A genialidade do filme de Flikke está em não apresentar a situação como uma tragédia, mas abraçar a comicidade inerente às trapalhadas de uma gravidez indesejada. O roteiro de Joham Fasting, escrito em colaboração com Flikke e Inga H Sætre, aposta no humor de constrangimento e na personalidade dos personagens, resultando em um dos filmes mais divertidos de 2021.



LISTENING TO KENNY G

de Penny Lane

Lançado recentemente no catálogo da HBO Max, o documentário Listening to Kenny G, parte da série Music Box, realizado por Penny Lane (do excelente documentário satírico Hail Satan?) e com produção executiva de Bill Simmons (Andre The Giant, Showbiz Kids), lança um olhar humorístico, mas incisivo, sobre o saxofonista Kenny G, o artista instrumental que mais vendeu até hoje e, possivelmente, um dos músicos vivos mais famosos. O filme investiga o artista anteriormente conhecido como Kenny Gorelick, desvendando o fascínio do homem que tocava jazz tão suavemente que todo um novo gênero se formou à sua volta, e questionando suposições fundamentais sobre arte no processo. Nas suas próprias palavras, Kenny G fala abertamente sobre a sua formação musical, a sua rígida ética de trabalho e a sua posição controversa no panorama do jazz. Através de várias entrevistas com conceituados críticos de jazz, professores de música e escritores, incluindo uma nova entrevista profunda e íntima com o artista. Listening to Kenny G é uma exploração multifacetada dos dois extremos entre os críticos do músico e os seus super fãs, revelando uma reflexão sobre a ideia mais ampla de gosto artístico e sobre como as nossas preferências musicais nos definem.



CABRAS DA PESTE

de Vitor Brandt

Escrito por Denis Nielsen e Vitor Brandt - que também assina a direção -, a nova comédia da Netflix conta a história de Bruceuilis (Edmilson Filho), um policial do interior do Ceará, que viaja até São Paulo para resgatar Celestina, uma cabra considerada patrimônio de sua cidade natal. Na capital paulista, ele encontra Trindade (Matheus Nachtergaele), um escrivão da polícia que decide sair do marasmo de seu trabalho e ajudá-lo na aventura, mesmo não sendo sua especialidade. Com um elenco povoado por humoristas de várias gerações, Cabras da Peste é um ótimo buddy cop de comédia que abraça sem medo os aspectos da nossa cultura para criar uma experiência única.



FRANCE

de Bruno Dumont

O cineasta francês Bruno Dumont é conhecido por misturar gêneros muito diferentes para brincar com convenções visuais e narrativas. Aqui não é diferente. Com ênfase na realidade hedionda da guerra, mas não sem humor, France conta a história de France de Meurs (Léa Seydoux) que ocupa a função de jornalista estrela: ela comanda o programa político mais popular do país, é reconhecida por todas as partes e constitui a personalidade preferida da família tradicional sentada no sofá de casa. A jovem demonstra certa preocupação com os problemas do mundo, mas no limite em que não precise se posicionar politicamente. “Afinal, você é de direita ou de esquerda?”, pergunta uma fã. “E isso importa?”, ela responde. A repórter habita o mundo das imagens nos diversos sentidos do termo: ela produz gravações a partir do real, vive da aparência de intelectual corajosa, gerencia sua popularidade via redes sociais. Esse é o cerne da crítica construída no filme: os próprios orquestradores da “notabilidade” não estão nem aí para as condições materiais dos perigos que cobrem. Ao contrário de outras sátiras recentes, France não se preocupa em ser didático. A recompensa do filme é para aqueles que estão dispostos a fazer uma jornada sem uma promessa de resolução clara. Felizmente, há bastante coisa para se observar ao longo do caminho.



THE BETA TEST

de Jim Cummings, PJ McCabe

Co-dirigido por Jim Cummings (Thunder Road) e PJ McCabe (que desempenha um pequeno papel no filme), The Beta Test é uma sátira divertida e perspicaz sobre a indústria americana de agenciamentos. A história segue Jordan (Cummings), um agente de Hollywood que está a menos de dois meses de se casar. Um dia, ele recebe um convite em um envelope roxo para sexo anônimo com uma estranha. Alguém com razão e compreensão de como esta situação é duvidosa teria imediatamente jogado fora o cartão ou entregado à polícia. Jordan não é essa pessoa. Jordan, que aparentemente tem tudo que um homem pode querer ou precisar, decide ir em frente. O que se segue é a implosão absoluta de um homem que não consegue entrar em contato com seus sentimentos e é sufocado pela masculinidade tóxica. The Beta Test é uma ótima combinação de suspense e sátira hollywoodiana que lida com questões relativas à tentação e identidade digital. Uma comédia de humor negro que Harvey Weinstein não achará graça alguma.


 


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